Mundo sobre rodas

(Esse aí é o meu ônibus, mas pode ser o seu também!)

Impressionante a variedade de pessoas que podemos encontrar dento de um ônibus!
Eu, a rainha da observação e do comportamento humano, vim do Centro até a Ilha fazendo minha pesquisa de campo. Confesso que gosto de ser antropóloga! O que me ajudou nesta pesquisa foi o maravilhoso engarrafamento da Linha Vermelha. Como não tinha para onde olhar, uma vez que a prefeitura fez o lindo trabalho de esconder a favela e tudo mais, fiquei a observar pessoas, ou melhor meus companheiros de viagem...

Hoje os personagens são prato cheio para um antropólogo, psiquiatra, psicologo, pedagogA... Primeiro, uma mulher com sua filha, que segundo ela era autista com iperatividade. O que fazia ela para acalmar a menina? Batia. Indignante, mas nada podíamos fazer. Segundo relatos da mesma, ela se esforça muito para não fazer isso, mas às vezes a paciência acabava e então não tinha outra opção... Triste. Meu coração e vinha vontade era tentar estabelecer algum diálogo com aquela menina, mesmo sabendo que a probabilidade de êxito era quase nula...
A segunda personagem era uma jovem. Sentada na poltrona distinada aos idosos, quando foi solicitada ceder o lugar à um senhor, fingiu que não era com ela. Caraca! O senhor pediu, mais de uma vez para que ela pudesse ceder o lugar e... Nada! Até que uma mulher de meia idade cedeu o lugar para o senhor e a jovem nem aí! Nossa, de cortar o coração! O senhorzinho ficou super sem graça porque uma mulher que nada tinha a ver com a história teve que ceder o lugar. Os jovens esquecem que vão envelhecer!
A última personagem é fofa. É um bebê de nome Iara. Coisa fofa. Vim parte do engarrafamento fazendo caras e bocas para ela, afim de ganhar um sorisso daquela boca sem dente. Fico impressionada com o poder que tem o sorisso de uma criança. Exerce um certo poder sobre mim... Só pode! Porque é algo que mexe tanto comigo que perco o senso do ridículo, mas quer saber? Não tô nem ai...
Poderia citar vários outros, mas é que esses me marcaram de certa forma...
Façam o exercício de olhar e observar a sua volta! Vale à pena ver que não estamos sozinhos no mundo...