
“Aonde eu não estou as palavras me acham.”*
As palavras dão cor e sentido à vida, são o intermédio entre o sentir e o falar, tornam de certa forma, as coisas concretas. São capazes de nomear coisas e sentimentos e até o que não tem nome.
As palavras sempre têm algo a dizer. Parece-me improvável escrever sobre o nada, imagine um livro inteiro. Mas como dizia o poeta: “Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada, mas quando não desejo contar nada, faço poesia.”
Só de pensar em pensar que tenho que pensar em nada, me faz pensar em tudo, até no que quero esquecer.
E nesse desenrolar do livro sobre o nada, o poeta não diz coisa alguma e despretensiosamente cumpre seu objetivo.
E as palavras que outrora o achava e queria o revelar ficavam à mercê desse poeta, que desejava não contar nada, só fazer poesia.
A palavra que antes tinha a função de revelar o sentir e o pensar, agora se ocupa de esconder e se dissimula tentando não falar nada, ou melhor, falar sobre o nada.
A poesia não é sentimento de quem escreve e sim de quem lê.
Acordei com uma coisa de filósofa hj...
P. Galvão
* Livro: Livro sobre o nada. Manoel de Barros
Salve Manoel de Barros! \o/
ResponderExcluirgostei da foto!
Aff! De tanto ler "nada" minha cabeça até ficou doendo de tanta coisa que pensei... rsrs
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